El sabotage en el medio empresarial (En portugués)

O termo “sabotagem” está profundamente ligado àpratica empresarial, origina-se da palavra francesa “sabot” ou, em português,tamanco. O tamanco veio a ser considerado símbolo da revolta de trabalhadoresrevolucionários que atiravam seus sapatos de madeira dentro das máquinas, nasfábricas, durante as periódicas agitações dos séculos XVIII e XIX. Mais tarde,ao se procurar uma palavra para descrever o ato de deliberada destruição depropriedades para alcançar uma solução desejada, chamou-se ao ato de“sabotagem” e de “sabotadores” os seus agentes.

Em se tratando da atividade de segurança, não se deverestringir a idéia de sabotagem às avarias provocadas num sistema de alarmes ounum circuito fechado de televisão, a fim de facilitar um assalto a um posto deserviço. Por sabotagem poderemos compreender um amplo conjunto de ações deperturbação da ordem, normalmente perpetradas de modo dissimulado ou covarde,no anonimato, e que ocasionam graves danos às instalações, ao que nelas éproduzido ou guardado, aos processos ou andamento do serviço etc.

Como uma formaou ato de guerra a sabotagem se destina a provocar danos à capacidade doadversário: são ações contra a administração, produção industrial, produção dealimentos e bens de consumo, contra as forças armadas e complexo industrialmilitar, contra os meios de comunicação e suas linhas ou equipamentos detransmissão, contra o moral de uma população etc. A sabotagem, bem como aespionagem, aperfeiçoou-se no meio militar e dos serviços secretos, evoluindoem um número infinito de formas, nem todas necessariamente violentas oufísicas. As empresas hoje e as atividades que as mesmas desenvolvem, sãodiuturnamente alvo de ações de sabotagem. Tais atos condenáveis, moral e legalmente,derivam-se da concorrência extremamente desleal e são um desafio com os quaisos profissionais de inteligência e segurança corporativos devem -obrigatoriamente – estar capacitados a lidar. No Brasil são recentes osexemplos de explosão de torres de transmissão de energia elétrica, panes nosistema de telefonia, descoberta de peças defeituosas em aviões da EMBRAER eaté os sucessivos e misteriosos defeitos que vem comprometendo o êxito doprograma nacional de lançamento de satélites espaciais. Uma constante nos atosde sabotagem empresarial é a grande dificuldade de proceder a apuração da realautoria das ações, acabando por gerar, além dos prejuízos materiais, umadesconfiança mútua que desarmoniza o meio funcional. 

Para melhorcompreensão dividiremos a sabotagem em três vertentes. Sabotagem Ativa, ou “ação direta”, que se constitui em atosrepentinos e violentos perpetrados contra “alvos-chave”. São as ações dedestruição ou inutilização temporária de máquinas, equipamentos e instalações,os atentados à bomba, provocação de incêndios criminosos, os envenenamentos deprodutos ou dos suprimentos de ar, água ou comida, o envio de substânciastóxicas por via postal, as panes provocadas nos fornecimentos de energia,cortes de linhas de comunicações, geração de interferência eletrônica,destruição eletromagnética de arquivos de dados, disseminação de vírus decomputador, “Bombas de E-mail” etc.

A extremadependência da informática faz as empresas padecerem nas mãos de “hackers”, osquais, por motivos que vão desde a satisfação da vaidade pessoal à prática dechantagem financeira, buscam penetrar nas redes de computadores de empresas egovernos. O próprio Presidente americano e o sistema de comunicações porcomputador da Casa Branca já foram alvo de um verdadeiro bombardeio de E-mails:dezenas de milhares de mensagens, emitidas, ao que se acredita, por uma únicafonte, “congelaram“ o sistema de correspondência por sobrecarga. Da mesmaforma, ataques que visam a paralização dos serviços (nos modos “Denial of Service”e “Distributed Denial of Service”) já atingiram sites de empresas como o YAHOO,CNN, AMAZON.

Numa outra modalidade de Sabotagem Ativa, funcionários inescrupulosos ou descontentes(“insiders”) podem utilizar-se do acesso aos computadores da empresa a fim desabotar as informações neles contidas, cometer fraudes etc. Verdadeira dor decabeça dos planejadores de segurança de sistemas, os quais tentam se anteciparàs ações, bem como, registrando no sistema todos os atos dos usuários, procuramapurar a autoria dos atos criminosos. Conscientes do risco que pesa sobre asredes de computadores corporativas, para determinadas ações, estabelece-se umahierarquia de senhas que só permitem que determinados comandos sejam executadospor usuários de elevada graduação. Embora haja exceções, no meio empresarial,muitos dos problemas enfrentados se devem à pouca importância que os própriosusuários, detentores dos cargos de chefia, dão à segurança física dos seuspróprios terminais ou às suas senhas. O acesso quase irrestrito aos terminais,aos seus componentes de memória e sobretudo senhas fáceis de deduzir ouanotadas de forma que possam ser copiadas fazem com que sistemas nos quais segastou uma fortuna em hardware e softwares de segurança acabem valendo muito pouco.Alguns inquéritos administrativos instaurados contra funcionários do Departamentode Trânsito do Estado do Rio de Janeiro nos últimos anos se deveram à poucaatenção dada às sua próprias senhas, as quais permitiram a realização de umainfinidade de fraudes.

São mundialmente famosas asações de sabotagem (e extorsão) envolvendo envenenamento dos remédios da marcaTYLENOL e os chocolates MILKA. Embora nem sempre seja encarada como tal, a“ação direta” pode envolver ações de rapto ou eliminação física depessoal-chave da administração, pesquisa e desenvolvimento etc. Nos anossessenta, o Serviço de Inteligência de Israel empenhou-se em “desencorajar” oscientistas alemães que trabalhavam na construção de mísseis balísticos para ogoverno egípcio: dentre os recursos utilizados figuravam desde as ameaçaspessoais ao envio de cartas-bomba. No Rio de Janeiro, ficou famoso o caso deassassinato do dono da rede de lojas REI DAS TINTAS por pistoleiros à mando deum concorrente.

Na “açãoindireta”, ou Sabotagem Passiva,objetiva-se  a mesma finalidade de prejudicaro adversário, porém sem fazer uso da violência. Trata-se de encorajar aoabsenteísmo ou à paralização no trabalho, retardar ou postergar a execução dasatividades cotidianas (“operação tartaruga”), fingir-se doente, deixar decumprir rotinas pré-estabe
lecidas ou fazê-las displicentemente  ou com atraso… Simulando doenças ouresfriados, e por isso afastando-se periodicamente do serviço, o trabalhadormal intencionado pode interferir eficazmente com a produção. Deixar delubrificar máquinas ou substituir peças desgastadas, próximas do fim de suavida útil, inevitavelmente ocasionará avarias no equipamento, reduzindo aprodução. A Sabotagem Passiva, mesmo que dispersa, tem um efeito cumulativoenorme.

A Sabotagem Psicológica objetiva causargreves, paralizações, diminuir o ritmo do trabalho dos funcionários da empresa,provocar pânico, motins, disseminar boatos etc. Um exemplo simples desse tipode sabotagem nas empresas é a prática do “trote telefônico”, quando o agentetelefona para uma empresa e avisa da existência de uma bomba prestes aexplodir. É normal que, ao receberem tais chamadas, as empresas parem aprodução e evacuem seus funcionários do prédio, enquanto a segurança e ospoliciais efetuam a busca ao artefato explosivo. Sem utilizar-se de violênciaou recorrer a nenhuma injúria física direta, o sabotador causa a perda deinúmeros homens-hora e reduz a produção de uma determinada empresa.

No contexto daSabotagem Psicológica a propagandatem muita importância, e verdadeiras campanhas podem ser planejadas e postas emprática, por concorrentes, com o intuito de denegrir pessoas, companhias ouseus produtos. Todos os mecanismos e técnicas da publicidade podem serinteligentemente empregados para reverter os hábitos de um público consumidor ouminar a simpatia para com uma pessoa ou uma instituição.

O emprego dosrecursos da moderna computação permite hoje, a qualquer pessoa, adulterarimagens fotográficas… A realidade que Jacques Bergier e Pierre Nordretratavam em seu Atual guerra secreta,de 1967 (“Pode-se reproduzir qualquer voz humana por meios eletrônicos eproduzir uma declaração do Presidente Johnson gritando ‘Viva o Vietcong!’”)evoluiu de forma quase inimaginável. Steven Spielberg filmou Lyndon Johnsoncumprimentando Tom Hanks (em Forest Gump);hoje os programas permitem alterar imagens dinâmicas com base em sons e fonemaspré-gravados, os quais são identificados, arquivados e recombinados de maneiraque produzam novas palavras e frases. Tais dados são combinados à gravação de imagensda pessoa pronunciando uma frase curta; o computador memoriza expressões daboca, face, do queixo, demarca pontos para a reprodução, processa imagensrecombinando os fonemas iniciais, forma outras palavras e exibe a imagempré-gravada falando frases diferentes das que haviam sido ditas. Embora osprogramas necessários à produção desses filmes ainda não se encontrem àdisposição do público, conjecturamos que não deverá levar muito tempo para queos mesmos se tornem uma ferramenta tão comum nos PCs quanto os programas quehoje nos facultam “compor” fotografias. Com os recursos adequados se podefalsear a realidade, criando “provas” necessárias para emprestar credibilidadeà sabotagem psicológica em suas diversas acepções.

A disseminação de boataria tambémpode ter resultados catastróficos, permitindo a especulação financeira oumarcando pejorativamente a imagem de empresas, pessoas ou produtos. Além dotradicional “boca à boca” e dos canais tradicionais de mídia, hoje a Internetproporciona um propício campo para a divulgação de boataria. Os rumores ouboatos são difíceis de serem enfrentados e desmentidos… O ditado popularsegundo o qual “o povo aumenta mas não inventa” pode comprometer a reputação deuma instituição, de produtos ou mesmo pessoas, necessitando, para suareabilitação, de um às vezes caríssimo trabalho de marketing.  

Em conjunturastrabalhisticamente adversas como as dispensas de um grande número funcionários,privatizações, redução ou congelamento de salários, que concorrem para um aumentono descontentamento geral, é constatado um aumento na ocorrência de sabotagens.

As possibilidades de sabotagens são praticamenteilimitadas e vem requerer um estudo prévio e bastante pormenorizado acerca daspossibilidades e probabilidades de suas ocorrências em cada site de umaempresa. A prevenção a sabotagens vem exigir uma grande conscientização dopessoal de segurança o qual constantemente analisará as vulnerabilidades daempresa às ações delituosas de roubo, furto, espionagem, sabotagem e atentadoscontra a alta direção da instituição; propondo normativas de procedimentovoltadas para a salvaguarda da empresa no que tange à segurança. Nessecontexto, procurar identificar necessidades especiais de treinamento e efetuarpalestras periódicas sobre temas concernentes à segurança e inteligência para aconscientização do corpo de funcionários da empresa em seus diversos níveis. Asegurança deverá procurar detectar e identificar a fonte de qualquer boatariaprejudicial à imagem da empresa, de seus produtos ou dos seus funcionários.Efetuará investigações ou sindicâncias de nível interno na empresa, visandodetectar atos lesivos ao interesse da companhia – principalmente ações defurto, espionagem e sabotagens. Deverá auxiliar no processo de recrutamento eseleção de funcionários, no sentido de detectar desvios pregressos de condutaque possam comprometer a atuação do novo funcionário e prejudicar a empresa.Finalizando, sabendo que muitas das ações de sabotagem decorrem de disputaspolíticas, também deverá acompanhar a atividade de grupos organizados, ONGs ousindicatos que tenham relação com a empresa, mantendo a alta administraçãoinformada quanto à divergências, descontentamentos, aos movimentosreivindicatórios ou às paralizações que possam ser prejudiciais aos interessesda empresa.

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