É fato comprovado que empresas que não possuem um plano de emergência erecuperação de desastres estão mais sujeitas a enfrentar grandes riscos, perdasfinanceiras, operacionais e de imagem, caso sejam alvo de desastres naturais eambientais e atos criminosos praticados pelo Homem, tais como sabotagens, atosde terrorismo, crimes cibernéticos, vazamento de informações confidenciais,etc.
Mas não basta simplesmente dizer: minha empresa possui um plano de emergência!Para que este seja eficiente e capaz de funcionar numa situação de crise, deveestar escrito em linguagem compreensível a todos na empresa e deve seratualizado e testado periodicamente. Isso envolve, ainda, a correta capacitaçãodos empregados e, principalmente, a participação efetiva da alta administraçãoda empresa.
Por que ter um Plano de Emergências?
Numa economia globalizada como a que estamos vivendo, cada vez mais ficaevidente o compromisso que as empresas assumem com sua clientela, seusempregados, acionistas, fornecedores e com o meio social em que atuam. Éindiscutível essa interdependência e as empresas sabem que uma crise maladministrada pode afetar perigosamente um grande número de pessoas que, diretaou indiretamente, estão ligadas ao negócio.
Por paradoxal que possa parecer, contudo, a maioria das empresas não dá aimportância devida aos assuntos de segurança, por não perceberem que asegurança deixou de ser apenas um centro de custo dentro das organizações paratransformar-se num elemento fundamental na prevenção de perdas e na capacidadede obtenção de resultados.
O modelo empresarial de hoje está focado – e assim permanecerá por muito tempo- na redução de custos, controle de qualidade e atendimento ao cliente. Cabe àsegurança, por isso, adaptar-se a esse modelo e fazer com que as empresas seconvençam de que emergências realmente ocorrem, nem sempre são previsíveis epodem se converter em grandes desastres e causar prejuízos irreversíveis, casonão sejam bem administradas. Ai está a importância de um bom Plano de Emergências.
O desenvolvimento de um Plano de Emergências
O desenvolvimento de um eficiente Plano de Emergências não pode prescindirjamais do apoio e participação da alta administração da empresa. Por se tratarde algo que envolve a rentabilidade e a imagem da empresa, além da destinaçãode fundos e a autoridade para operacionalização, é óbvia essa importância.
Realmente, não é um trabalho fácil, posto que uma vez garantido o apoiogerencial, muitos passos devem ser dados até a elaboração e implantação do Plano.Há que se organizar uma equipe competente e dedicada a seu desenvolvimento, queinclui sua preparação e estrutura, análise de riscos e ameaças, definição daspolíticas e estratégias, elaboração dos procedimentos de emergência, designaçãode tarefas e responsabilidades e programas de manutenção e prática.
Todos esses passos estão contidos nas 4 fases de um Plano de Emergências eRecuperação de Desastres: fase de planejamento, fase administrativa, fase deativação e programa de manutenção (figura 1).
A fase de planejamento
Esta fase compreende: a preparação da estrutura e a análise e desenvolvimento.A preparação da estrutura consiste no convencimento da empresa da realnecessidade do plano, no apoio e participação gerencial e na definição de uma políticaempresarial sobre emergências. Essa política deve ser estabelecida pela altaadministração da empresa, determinando a abrangência e obrigatoriedade do planoem todas as suas unidades operacionais e deve estabelecer os procedimentos paracontrole do fluxo de informações em situações de emergência ou desastres.
É importante lembrar que a rapidez no processo de recuperação e retorno ànormalidade após uma crise serão os critérios utilizados pelos clientes,empregados e acionistas para determinar o sucesso do plano de emergências.
A seguir, vem a etapa da análise de riscos, de extrema importância pois éatravés dela que se determina o impacto dos mesmos nas funções críticas daempresa, desenvolvem-se as respostas de emergência e as estratégias de recuperação.É aqui que são inventariados os bens e valores, identificadas as ameaças evulnerabilidades, avaliadas as medidas preventivas e feita a análise de custo Xbeneficio.
A fase administrativa
Nesta fase estabelecem-se as políticas para a administração das emergências epara a continuidade gerencial. São definidas as linhas de comando ememergências e desastres, designadas as tarefas de cada grupo e os procedimentosadministrativos decorrentes.
Estabelece-se, ainda, o alcance do plano e as 4 etapas que compõem aadministração das emergências: resposta de emergência, reassunção, recuperaçãoe restauração.
Conforme o caso, adota-se um centro para a administração de emergências ecomunicações e fixam-se as tarefas, responsabilidades, assunções e limitaçõesde cada indivíduo ou grupo nesse processo. É aqui que se definem as regrasrelativas a recursos humanos, relações públicas, atendimento ao cliente edemais sistemas organizacionais que deverão funcionar em momentos de crise, como objetivo de dar a resposta mais eficiente à emergência.
A fase de ativação
Como o objetivo de um plano de emergências é ajudar a empresa a preparar-separa enfrentar uma emergência, permitindo uma resposta imediata e uma rápidarecuperação, é fundamental que, nesta fase, sejam estabelecidas as equipes detrabalho, sua organização e formas de interação. É neste momento que se decideonde e quando serão ativadas as medidas emergenciais previstas no plano.Diversas equipes deverão ser compostas, nomeados os seus coordenadores e teremsuas tarefas e responsabilidades perfeitamente ajustadas, para dar uma imediataresposta às emergências. Equipes de instalações, de segurança, de seguros, decomunicações, de finanças, de pessoal, de tecnologia, etc. têm seu papeldefinido e deverão trabalhar juntas para que a o retorno às atividades normaisaconteça no menor prazo possível.
O Programa de Manutenção
De nada vale um plano de emergências se não forem feitas, periodicamente, asatualizações e os exercícios práticos para sua execução. Mesmo por que, não seadmite empregar tanto esforço, recursos e dinheiro num plano e não testá-lo eadequá-lo para que funcione bem.
A revisão do plano traz tranqüilidade e confiança, desde que este seja posto emteste de tempos em tempos e se verifique a logística, as técnicas e asestratégias desenvolvidas. A prática, ainda, avalia a liderança doscoordenadores junto a seus grupos e sua interação com o próprio plano.
O desenvolvimento de um Plano de Emergências é trabalhoso, mas compensador. Epode, quando menos se espera, ser a “tábua de salvação”para muitas empresas. Vale a pena experimentar!
Dados estatísticos
 50% dos ganhos de uma empresa são impactados imediatamente após aocorrência de um desastre.
 o impacto sobre os outros 50% dependerá da rapidez no inicio doprocesso de recuperação.
 mais de 50% das empresas que não retomaram suas atividades normaisem 10 dias depois da ocorrência de uma emergência, nunca se recuperaramfinanceiramente.
 22% das emergências em sistemas de informática são decorrentes defalhas de energia elétrica, natural ou provocada.